Hino Nacional

Heróis do mar
O que são herdeiros da cavalaria dos mares, os Descobridores que trouxeram mundos ao Mundo. Os que são heróis por irem além dos seus medos ao serviço de algo maior que eles e os que cavalgam sobre as águas das paixões emocionais, utilizando-as e aprimorando-as para navegarem pela vida sem se deixarem submergir por elas
Nobre povo
Os que são irmãos, reconhecendo-se como lusitanos ou “povo da luz” (do celta, “ a tribo de Lug”, o deus celta da Luz). Noutro sentido, os que partilham a nobreza de se saberem e reconhecerem como filhos do divino, povo do reino do espírito, enobrecido em valores de amor, verdade, justiça. Neste sentido, o povo da humanidade espiritualizada é transversal a raças, credos, tempos e lugares
Nação valente
Uma nação é, geralmente, um povo estável, associado a uma língua, tempo e lugar igualmente estável. É assim para o povo português. Noutro sentido, porém, há uma nação humana que habita a terra da Alma e partilha a linguagem dos pássaros, que é a linguagem da intuição pura desse lugar que é também um estado de consciência onde todos ganhamos asas de sabedoria e os corações comunicam com os corações
Imortal
A imortalidade pode ser a dos que “por obras valerosas se vão da lei da morte libertando”, como disse Camões. Contudo as obras valerosas, mais do que feitos que ficam na memória dos homens para a posteridade, podem ser as da construção do grande Templo humano e desta Humanidade que um dia perceberá que é parte de um Cosmos vivo. A imortalidade desta nação é igualmente a característica daquele domínio em que todos fazem parte consciente da Alma global, que vive para sempre…
Levantai hoje de novo
Erguer, construir, aqui e agora no presente (“hoje”) e de forma criativa (“de novo”) algo que vale a pena. O que vale a pena?
O esplendor de Portugal
“Esplendor” remete-nos para expansão e afirmação de luz. Isto pode trazer-nos a ideia de reafirmar o valor do nosso país, Portugal, na comunidade internacional. No entanto pode igualmente remeter-nos para a ideia de que devemos fazer resplandecer Portus Graal – uma das interpretações para o nome do nosso país. E o que é resplandecer o Porto do Graal? O Graal veicula o princípio crístico – o sangue ou a energia de Cristo, na tradição. Neste sentido, o esplendor de Portugal é a luz do princípio crístico, de que a nossa pátria foi, aliás, guardiã quando os Cavaleiros Templários, guardiões do Templo físico de Jerusalém mas também do templo neles mesmos, se tornaram cavaleiros da Ordem de Cristo.
Entre as brumas da memória
As brumas da memória são os ecos perdidos do conhecimento superior de que, como fez notar Platão, todos temos reminiscências. Fazem-nos pressentir dias melhores, mundos celestes de maior grandeza e perfeição. Acordam em nós, por entre o mundo nebuloso da nossa mente transviada em florestas de desejos pequeninos e águas emocionais brumosas, memórias dos feitos dos que foram mais além.
Ó Pátria, sente-se a voz dos teus egrégios avós
Os nossos egrégios avós são os antepassados que evidenciaram a Humanidade no seu melhor. Habitam na Pátria maior onde partilham o fogo do Espírito e o vento da inspiração, a Pátria celeste ou a Sião de que falava Camões. A sua voz é o som da cristalina voz interior silenciosa, a vibração da consciência ligada ao Alto e que nos inspira a ir além, pressentindo o Futuro de que temos saudades, o reino arquetípico onde imperam o Amor e a Harmonia.
Que há-de levar-te à vitória
A vitória, mais do que o triunfo mundano pelas armas físicas, significa a auto-superação ao serviço de valores superiores, que nos transcendem e merecem o nosso sacrifício (de sacri + facere, “tornar sagrado”). A nossa vitória sobre as nossas limitações egocêntricas representa a vitória de toda a Humanidade.
Às armas, às armas
As nossas melhores armas são os nosso maiores talentos, aqueles que podemos e devemos mobilizar e utilizar voluntariosamente no Serviço do GADU e da Humanidade que Ele tem acarinhado. Recorrer a elas é o dever de todos os que lutam pela Civilização caracterizada pela Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Sobre a terra, sobre o mar
Aqueles que dominam a sua densa natureza corpórea humana – a terra – e a sua natureza aquosa emocional – o mar – apoiam-se nas energias delas, devidamente disciplinadas, para as utilizarem no serviço divino. Mais do que tudo, tornam-se realmente “heróis do mar” pois avançam sobre ele – acima das paixões humanas.
Às armas, às armas
Uma segunda mobilização das armas pode representar agora a mobilização dos nossos talentos superiores, os da Alma em nós, que implicam o desenvolvimento da intuição, da vontade e do discernimento espirituais, da capacidade de manejar de modo mágico e criativo as energias da mente pacificada. Nesse momento, o ser humano aperfeiçoado pode dedicar o uso das suas mais elevadas capacidades e qualidade. Ao serviço do quê?
Pela Pátria lutar
Lutar por qual Pátria? Acima ainda da Pátria humana, a Pátria divina onde habitam os nossos “egrégios avós”. Ela merece o nosso melhor esforço (a luta) e o uso das nossas melhores armas, que são os talentos criativos como a vontade indomável que se alinha com o propósito divino ou a mente focalizada, e as qualidades cultivadas como o amor maior e sem limites (Àgape) ou o sentido da beleza e da harmonia que nos ajudam a pressentir o divino e, pressentindo-o, a servi-lo.
Disse, VM
VR