Todos nós já sabemos que este ano a Maçonaria, que denominamos de especulativa, comemora 300 Anos. Nós, enquanto Grande Loja Unida de Portugal, integrando o conjunto das denominadas Maçonarias Regulares, temos sabido prestar o nosso singelo contributo, nomeadamente pelo desenvolvimento de atividades e iniciativas que enalteçam o papel dos Maçons no Mundo e a importância da Maçonaria na atualidade e em particular em Portugal.
Para tanto, iremos manter o ritmo das nossas actividades e iniciativas e depois de termos aberto o nosso Templo à população no passado dia 24 de Junho, de termos oferecido dois espetáculos culturais e musicais à população do Beato, de inaugurarmos uma exposição de pintura colectiva de artistas maçónicos, de termos efetuado diversas ações e campanhas de solidariedade, vamos manter o nosso programa com a realização de diversas visitas histórico-culturais, das quais destaco a visita à Quinta da Regaleira e ao Mosteiros dos Jerónimos. A visita à Quinta da Regaleira, insere-se e integra a agenda da plataforma “Pelo Combate à Pobreza e à Exclusão Social”, destinando-se, desta forma, a mobilizar e sensibilizar a sociedade portuguesa para a problemática da pobreza e da exclusão social, enquanto efetivas violações dos mais elementares Direitos Humanos.
O nosso propósito é darmos a conhecer uma Maçonaria próxima da sociedade, sermos por ela reconhecidos e que possamos, enquanto Maçons, ser um Exemplo. A Maçonaria é universal, todos os Maçons se reconhecem mutuamente e todos nós, enquanto Maçons, temos a responsabilidade de salvaguardar e preservar os seus ensinamentos e princípios imutáveis, que foram passados ao longo dos séculos. Urge pois recuperar o reconhecimento da própria sociedade que ao longo dos séculos e por diversos motivos, se foi perdendo e muitas vezes por culpa dos seus próprios obreiros.
Mas a Maçonaria é a Grande Sociedade intelectual que todos conhecemos, uma verdadeira academia no sentido moral, que pretende expandir a mais pura de todas as filosofias. Nos dias que correm, com os dramáticos acontecimentos que assolaram o nosso país, onde vimos perder muito do nosso património, edificado pelos nossos antepassados e pelos nossos Irmãos Templários, perdeu-se muita da nossa identidade.
Quando se perde o pinhal de Leiria e muitos territórios, que hoje são terra queimada, vão-se símbolos da nossa identidade enquanto povo.
“Não foram apenas árvores que arderam. Foi Portugal. Eu, tu, cada um de nós”
Chegados a esta situação, cabe-nos a cada um de nós enquanto Maçons, olhar em frente e, individualmente, saber participar civicamente na reconstrução da nossa identidade, fazendo com que os nossos antepassados nos admirem com orgulho, assim como nós olhando para os 300 Anos nos sentimos orgulhosos pelo trabalho de milhões de Irmãos espalhados pelo Universo.
Continuemos nos nossos Templos e fora deles, a praticar as virtudes, o Amor fraterno, a proclamar a educação cívica, os verdadeiros retiros silenciosos de homens livres e de bons costumes.
R.’.G.’.M.’. Paulo Cardoso